Por: Gabriel Tavares (opinião)
O Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro suspendeu, nesta segunda-feira (25), a lei que prevê o sistema de cotas para o ingresso de estudantes carentes nas universidades estaduais.
O sistema de cotas começou a ser implantado no Brasil, no final do ano 2000, quando foi aprovado no Rio de Janeiro, a lei estadual 3.524/00, garantindo a reserva de 50% das vagas, nas universidades estaduais do Rio de Janeiro, para estudantes de redes públicas municipais e estaduais de ensino.
O sistema sofreu algumas modificações em 2001, com a lei 3.708/01, instituindo cotas para pessoas que se declarassem “negras”, pardas” ou indígenas”, com percentual de 40% das vagas.
Desde o momento de sua adoção, o sistema de cotas sempre gerou polêmica, por criar certa desigualdade de direitos, que poderia inclusive incitar o racismo.
Durante boa parte da história humana, o negro sempre foi marginalizado, e mesmo após a abolição da escravidão, teve dificuldades para conquistar seu espaço na sociedade, tendo em vista que na época, não foi criado nenhum programa de inclusão social para eles, os deixando a margem da sociedade.
Porém, essa injustiça histórica não deve ser combatida com outra injustiça. O sistema de cotas, tenta combater a desigualdade, com outro tipo de desigualdade, ao invés de focar na verdadeira raiz do problema.
"Eu tenho o sonho de que meus quatro pequenos filhos viverão um dia numa nação na qual não serão julgados pela cor da sua pele, mas pelo conteúdo de seu caráter." – Martin Luther King
A frase dita acima por Martin Luther King, um dos maiores líderes negros da história, retrata um pouco essa afirmativa. O sistema de cotas fere o princípio da igualdade, pois a cor da pele não faz um ser humano ser diferente do outro intelectualmente. É substituir a igualdade de tratamento pelo privilégio.
Oriundo do sistema de cotas, esteve em votação recentemente o Instituto da Igualdade Racial, que previa o uso de cotas também em empresas públicas e privadas, hospitais e outras instituições. Mas que igualdade é essa, em que uma pessoa tem privilégios simplesmente devido a cor de sua pele ?
Raças humanas não existem, uma pessoa não é inferior a outra pela cor de sua pele, e uma pessoa não pode ser punida por isso. As coisas caminham de uma forma, que parece que “ser branco” se tornou crime no Brasil.
Não podemos jamais punir o esforço e o mérito de uma pessoa, pelo simples fato de não possuir a mesma cor da pele de outra. Não é dessa forma que as desigualdades devem ser combatidas, e sim, melhorando o ensino público em nosso país, criando condições para que as pessoas, independente de cor da pele, tenham iguais condições de vida, e iguais condições ao disputar uma vaga, seja ela de emprego ou numa universidade.
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( ) Sim, é preciso de alguma forma, corrigir esse erro histórico com os negros.
( ) Não, acho que esse sistema só gera mais desigualdade e estimula o racismo.
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