quarta-feira, 17 de junho de 2009

O Jornalismo na Era Digital

Por Leonardo Magalhães (Opinião)

O futuro do jornalismo é dado como incerto. Comentários sobre o fim do jornalismo são freqüentes. Porém, a internet não representa o fim do jornalismo e de seus profissionais, mas sim uma intensa mudança nas práticas convencionais de apuração e difusão da informação. Os jornalistas, principalmente os que estão entrando no mercado agora, devem se adaptar as novas ferramentas de comunicação, e as transformações que ocorrem ao seu redor.

Um dos pontos mais favoráveis do jornalismo online, é a interação entre quem escreve e quem lê as notícias. A internet é um meio de comunicação que permite a troca rápida, e muitas vezes imediata, de mensagens entre indivíduos situados nos mais distantes lugares do mundo. Logo, esse novo meio potencializa o contacto entre os jornalistas e os seus respectivos públicos. Outro ponto forte da internet, é a associação de texto, som e imagem em uma mesma matéria, coisa que os demais meios de comunicação não poderiam concretizar.

Grande parte dos jornalistas hoje em dia, utiliza o novo meio para a pesquisa de informação, complementar ou não, com que vão construir a notícia. Partindo deste ponto, o conhecimento e a forma com que utilizam as novas ferramentas de trabalho, é fundamental para facilitar o acesso às informações, bem como para a publicação das matérias em rede. A internet tem uma forma diversificada de apresentação do conteúdo informativo, ou seja, enquanto outros meios o apresentam de forma linear, a internet permite que se faça uma leitura não-linear de seu conteúdo. Este é outro quesito que o jornalista deve acrescentar ao seu perfil de trabalho. O jornalista deve levar em consideração a escrita não linear quando seu texto for publicado online, principalmente ao se tratar de um texto extenso. A leitura no computador é cansativa e os usuários não gostam de ler grandes conjuntos de texto. Por isso, as notícias mais extensas devem conter os famosos links e hiperlinks. Dessa forma o internauta poderá decidir ou ordenar de que forma deseja ler tal texto.

Não só o jornalista como também os meios de comunicação convencionais vem se adequando as novas práticas do jornalismo. Muitos jornais impressos, rádios e programas noticiosos da televisão possuem suas versões online, e em seus sites divulgam não só materiais de texto e fotos, como também vídeos e sons. O espaço também permite na maioria das vezes, a participação do leitor de forma opinativa, através de enquetes, fóruns ou chats, que tratam geralmente de temas da atualidade. Isto torna o público cada vez mais presente e fiel. A partir do momento em que uma notícia é publicada, o leitor pode apresentar os seus comentários sobre o assunto ou sobre o trabalho do jornalista, e os jornalistas por sua vez que sempre influenciaram de alguma forma seus leitores, agora podem também serem influenciados de alguma maneira. Os leitores interagem diretamente, passando conhecimentos e novas perspectivas acerca de determinados assuntos, informações, e até mesmo sugestões de temas para notícias e reportagens. Agora um simples leitor pode se tornar uma fonte valiosa.

Por último vale ressaltar que, no mundo globalizado, onde aparatos tecnológicos mais sofisticados surgem diariamente, pessoas anônimas vem se tornando conhecidas por produzirem informações. Esta prática, chamada de “Jornalismo Cidadão”, está redefinindo o papel do jornalista. Não cabe mais ao jornalista somente contar um fato, mas sim interpreta-lo e apresentar sua opinião ao seu público.

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